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O Início

Depois de vários anos praticando Vôo a Vela (vídeo aqui) resolvi trocar os ares pelos mares. Com vários livros lidos a respeito de cruzeiros ao redor do mundo, aventuras mil, entusiasmo crescendo, comprei em 3/2/98 um Fast 310 e estou começando a velejar. É um veleiro de 31 pés, 3.3 m de boca e 3000 kg de deslocamento. O nome original do barco era Mantra I, mas apesar das superstições a respeito de mudança de nome, resolvi chamá-lo de Redboy (qualquer semelhança comigo antes de ficar grisalho não terá sido mera conhecidência).


6/2/98 - O Translado

Fui juntamente com o Wellington, da corretora Nautikus, buscar o barco em Joinville, SC. Fomos motorando do Iate Clube de Joinville até o de Capri, na saida da baía. Dormimos no barco e pela manhã chegaram o meu filho Tininho e o amigo Fernando que iriam fazer juntos a travessia até Paranaguá, PR, cerca de 52 milhas.

7/2/98

Saimos as 7 da manhã e logo pegamos um vento de popa que causou dificuldades pois o barco não possui spinnaker, sendo difícil manter as velas em asa de pombo. Mareei prá caramba. Quem manda tomar 6 latinhas de cerveja na véspera? Chegamos na entrada da Galheta as 15 horas e aí eu vi porque a entrada na baia de Paranaguá é tão complicada. As ondas quebram dos dois lados do canal de 200 metros de largura desde a entrada nas boias até a ilha da Galheta. Entramos com vela e motor e então, é claro, o motor falhou. Depois apagou de vêz com sintomas de falta de combustível. Seguimos só com as velas enquanto eu e o Fernando colocávamos mais diesel no tanque. Para nossa surpresa o tanque estava quase cheio. Ainda não sei o que aconteceu. Respiro entupido? Pescador do tanque entupido? Preciso verificar. Ligamos o motor de novo e ele funcionou perfeitamente. Atracamos na marina do Iate Clube de Paranaguá as 17 horas.


21/2/98 - Treino

Carnaval. Pela primeira vez saimos sem alguém experiente a bordo. Fomos eu, o Tininho, a Samantha e a Sabrina. A idéia era treinar na baía de Paranaguá para ganhar experiência nas manobras com o barco. Depois de uma saída da marinha meio atrapalhada porque o barco não responde bem de marcha a ré fomos a motor até passar a ilha da Cotinga quando erguemos as velas e desligamos o motor. Silencio fantástico! O barco mantinha 6-8 nós de acordo com o GPS e fomos até a Ilha do Mel num bordo só. Chegando lá demos um jibe em direção à Ilha das Peças. Dois outros veleiros estavam fazendo o mesmo trajeto. A ilha tem uma prainha com algumas casas e resolvemos ancorar alí para nadar. Notamos que os dois outros veleiros entraram mais ao norte, no que a carta náutica indicava como Rio das Peças. Fomos atrás e vimos que era um belo acoradouro, com varios veleiros e lanchas parados. Ancoramos e instalei uma churasqueira na popa para fazermos um belo churrasco de pichanha fatiada. Foi nossa primeira noite juntos a bordo.

22/2/98

Voltamos velejando, sendo que antes treinei um pouco dar marcha a ré. Não é dificil, mas o leme tem de ser usado com mais amplitude e tem de ser segurado para não virar totalmente. Fomos até a marina com a intenção de passar a próxima noite lá, mas como batia muito devido ao tráfego no rio decidimos passar a noite na Cotinga e seguir no outro dia até Antonina. Como tem mosquito naquela ilha!!!

23/2/98

Por algum motivo amanhecemos sem eco-batímetro. Talvez a chuva que caiu durante a noite tenha danificado o mostrador que fica no cokpit. Fomos motorando em direção à Antonina com a intenção de passar a noite na Ponta da Pita, pois a ida até o Clube Náutico de lá me parecia complicada devido à profundidade da baía e a quantidade de pedras no fundo. Não tinha um pingo de vento e motoramos por quase 3 horas. Ancoramos na Pita e ficamos lamentando a falta de um bote inflável para irmos até a praia. Quando a maré encheu resolvemos ir até o Clube Náutico passar a noite. Em contato pelo rádio nos informaram que não havia nenhuma poita disponível, por isto usamos a ancora novamente.
Depois do almoço fui dar uma cochilada no quarto da popa quando a Sabrina me acordou gritando que o barco tinha garrado. Levantamos correndo e quando cheguei em cima ví que já tínhamos garrado cerca de 300 metros e que a amarra tinha se enroscado na quilha, pois o Tininho não conseguia recolher o cabo e o barco estava atravessado na correnteza da maré vazante. Felizmente o motor pegou logo e aproei em direção ao lugar aonde estávamos acelerando apenas o suficiente para vencer a maré enquanto o Tininho recolhia o cabo da ancora a medida que ele se soltava. Senti um alívio quando ouvi a corrente passando pela quilha e logo a ancora estava a bordo. Motorei de volta para a primeira poita que apareceu e nos agarramos nela com unhas e dentes.

24/2/98

Saimos cedinho para aproveitar a maré vazante e depois de cerca de 3 horas estávamos na marina novamente. Creio que foi um final de semana muito proveitoso em termos de aprendizado. A próxima meta é ir até Guaraqueçaba e depois, quem sabe, Capri novamente?


Retorna - Continua